A FeLV é causada por um vírus chamado de vírus da Leucemia Felina. Ele é responsável por uma das doenças infecciosas de maior importância e bastante encontrada nos gatos. Essa doença é a causa número um de doenças felinas associadas a óbito. Estima-se que cerca de 10 a 12%, podendo chegar a 30%, dos gatos brasileiros são portadores do vírus, contra 1 a 2% dos gatos europeus. O alto percentual encontrado no Brasil deve-se fortemente à pouca importância dada sobre a prevenção da doença (vacinação) ou mesmo o desconhecimento dos tutores acerca da doença.
O vírus está presente na saliva, secreções nasais, urina, fezes e sangue de animais infectados e a transmissão ocorre principalmente através do contato de gatos sadios com gatos doentes. Além disso, tigelas de água e comida compartilhadas também são fonte de infecção. As mães infectadas também podem transmitir FeLV aos filhotes ainda no útero ou durante a amamentação.
Gatos jovens e filhotes, não castrados, que possuem acesso à rua ou que convivem com outros gatos correm maior risco de infecção. Até 1/3 dos gatos expostos ao risco adquirem a FeLV.
Quando o vírus infecta um gato, ocorre a multiplicação e invasão da corrente sanguínea. Depois disso, existem 3 caminhos diferentes a seguir, o que dependerá do potencial do sistema imunológico de cada animal em combater o vírus:
- O vírus pode ser combatido e o animal não apresentará sintomas;
- Em alguns gatos, o vírus se esconde em tecidos corporais e não provoca sintomas imediatos;
- O vírus pode se espalhar pelo corpo e causa a doença de forma grave.
Uma parcela dos gatos infectados não apresenta sinais clínicos após a infecção, mas ainda assim estão infectados e podem transmitir o vírus. Esses irão se tornando mais fracos e imunodeprimidos em semanas, meses ou anos quando passam a apresentar sinais inespecíficos como pelagem opaca, pelo quebradiço, problemas oculares, infecções de pele e respiratórias, fraqueza, entre outros. Os sinais clínicos mais comuns em gatos positivos incluem febre, perda de apetite, perda de peso, diarreia, inchaço dos gânglios linfáticos e gengivas pálidas ou inflamadas. A doença comumente causa tumores e leucemia, podendo também desencadear desordens sanguíneas, doenças neurológicas, doenças reprodutivas e síndrome do definhamento do filhote.
O diagnóstico é realizado pelo médico veterinário, através de um exame simples de sangue. Para isso, geralmente utilizam-se testes rápidos (chamados de snap tests), que indicarão se o animal é positivo ou negativo para FeLV. Como muitos gatos infectados não demonstram sintomas, é importante examinar todos os gatos que não foram anteriormente testados. Todos os gatos devem ser testados ao menos uma vez durante sua vida. Além disso, filhotes, gatos novos que serão introduzidos na casa, gatos doentes que apresentarem câncer, anemia ou imunossupressão, gatos expostos ao vírus ou que tenham contato com gatos sabidamente positivos, errantes ou que tenham acesso à rua também devem ser testados.
Vale lembrar que não existe cura para FeLV, apenas tratamento paliativo para melhorar a qualidade de vida do animal. A castração é recomendada para felinos portadores, pois ajuda a mantê-los dentro de casa, reduzindo o risco de estresse e a exposição a outras doenças. A estimativa de vida de um gato com FeLV gira em torno de 3 anos após a infecção.
Para proteger o seu gato, você deve evitar o contato dele com gatos que possam estar infectados e vaciná-lo. A vacinação contra o FeLV está disponível no Brasil e o médico veterinário é capaz de identificar se o seu pet deve ser vacinado. Com a vacina da MSD Saúde Animal, a Nobivac Feline 1HCPCh+FeLV (quíntupla felina), seu gato pode ser vacinado contra a leucemia viral a cada dois anos. Consulte seu médico veterinário de confiança para que ele identifique qual o melhor protocolo a ser utilizado.
A leucemia viral felina não tem cura. Portanto, diagnosticar os positivos, isolá-los e vacinar os negativos é fundamental para controlar o avanço da doença.Amanda P. Costenaro
Médica Veterinária – Promotora Técnica Intersul/MSD Saúde Animal